O amor é procurar cabelos para completar as mãos, é procurar o que não se viveu para contar. É esperar o sol aquecer o lado ileso da cama. É não apagar direito a ausência, a letra, o cheiro. É insistir com respostas sem as perguntas. Adiar o amor ainda é cumpri-lo. Fingir que não se sente é exercê-lo. O amor devora os sobreviventes. Não lembra do pente, da navalha, da tesoura de unhas, do jornal, do abajur. O amor não lembra do que precisa. Amor é não precisar de nada. É precisar do que acontece depois do nada, ainda que não aconteça. O amor confunde para se chegar ao mistério. Embaralha para não se ouvir. Perde-se no próprio amor a capacidade de amar. Amor é comer a fruta do chão. O chão da fruta. O amor queima os papéis, os compromissos, os telefones onde havia nomes. O amor não se demora em versos, se demora no assobio do que poderia ser um verso. O amor é uma amizade que não foi compreendida, uma lealdade que foi quebrada. O amor é um desencontro por dentro.
.Carpinejar
domingo, 12 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Amo tanto você
Amo um amor que nunca tive
Que nunca amei
Mas sei que amo
Amo em um sonho
E por essa razão é um amor assim tão imenso, puro, lindo, vivo
Vivo apesar de improvável
Sem momentos,
Sem beijos,
Sem toques,
Nada como recordação.
Só o coração, esse receptor de todas as emoções, tem a sensibilidade de entender e de tão lucidamente explicar
Sem uma palavra
Sem um jesto
Somente com o sentir
O palpitar
Somente
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
A percepção da importância desejada porém não recebidade de alguém por quem se sente um amor não convencional. A minha forma de amar o que está por vir, pelo menos nos meus mais sublimes sonhos. Amo com tudo o que posso, se assim posso chamar de amor, é dedicação de emoções, que me faz sentir tão só, tão desejosa de atenção do ser amado. Tratada com um carinho que amplio pra me alimentar a fantasia. Ainda vivo, não agora, tudo isso.
É vida de quem se guarda tanto de viver...
É vida de quem se guarda tanto de viver...
As sem razões do amor
(Drummond)
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
(Drummond)
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
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