domingo, 12 de dezembro de 2010

O amor é procurar cabelos para completar as mãos, é procurar o que não se viveu para contar. É esperar o sol aquecer o lado ileso da cama. É não apagar direito a ausência, a letra, o cheiro. É insistir com respostas sem as perguntas. Adiar o amor ainda é cumpri-lo. Fingir que não se sente é exercê-lo. O amor devora os sobreviventes. Não lembra do pente, da navalha, da tesoura de unhas, do jornal, do abajur. O amor não lembra do que precisa. Amor é não precisar de nada. É precisar do que acontece depois do nada, ainda que não aconteça. O amor confunde para se chegar ao mistério. Embaralha para não se ouvir. Perde-se no próprio amor a capacidade de amar. Amor é comer a fruta do chão. O chão da fruta. O amor queima os papéis, os compromissos, os telefones onde havia nomes. O amor não se demora em versos, se demora no assobio do que poderia ser um verso. O amor é uma amizade que não foi compreendida, uma lealdade que foi quebrada. O amor é um desencontro por dentro.

.Carpinejar

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Amo tanto você

Amo um amor que nunca tive

Que nunca amei

Mas sei que amo

Amo em um sonho

E por essa razão é um amor assim tão imenso, puro, lindo, vivo

Vivo apesar de improvável

Sem momentos,

Sem beijos,

Sem toques,

Nada como recordação.

Só o coração, esse receptor de todas as emoções, tem a sensibilidade de entender e de tão lucidamente explicar

Sem uma palavra

Sem um jesto

Somente com o sentir

O palpitar

Somente

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo.